quinta-feira, 2 de abril de 2009
Amado
Lembrei-me de um dia de noite de livros e chuva. Sentado ouvindo coisas que precisava ouvir, já cansando minhas ideias sobre tudo e me afogando nos números que estavam ali. Porém, minutos depois o escuro já era evidente. Tendo o desfoque das luzes amarelas da cidade como plano de fundo e o movimento como efeito quase hipnotisante, a corrida das gotas pela janela do carro teve o seu sinal verde, sua largada. Acompanhando a queda do "desejo dos sertões" esqueci tudo o que deveria ter aprendido naquele mundo de cobranças. Foi quando começa uma melodia que me traria a sensação de dia salvo. Só queria viver aquele momento por uma década. O frio, as luzes, os acordes. Meus ouvidos descansavam dos gritos com aquela doce voz que seria o meu ingresso para um devaneio. E então a saudade. De repente, a disputa das gotas me lembrava a suave deslize das suas lágrimas. Entre os semáforos e as esperas do transito, só suas palavras e gestos de ternura me vinham ocupar meus pensamentos, e mais nada de algarismos! O resto... não fui receptor de habilidade de descrição necessária para tenta-lo, mas aquele momento seria um dos mais preciosos que guardo para mim. O último semáforo, a última curva... e quando me desperto do meu doce torpor, estou em casa e na cama. E você lá, muito longe!
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